segunda-feira, 12 de outubro de 2009

[...]
E que me veio os dias de justificativas pautadas em incompatibilidades e
seremos felizes [?] além do gosto cintilante na boca e a correria de mais uma vez ter que cantar aquela música do escuro do mundo quando no fundo eu não queria saber se ainda pensava em mim [herbert vianna by cazuza] e anéis e promessas [e toda essa coisa da qual abri mão faz tempo]

Havia acabado de ser apresentada à meu passado e nada do que eu pudesse fazer [ou ter feito, em referência aos míni-saias, Denser, Schiele] causaria tanto tanto, nem o fato de me escapar sempre as palavras [afasia desvirtuosa] e ele coordená-las tão facilmente, nem isso, nem a cerveja ruim, nada poderia ter sido pior e pior ainda não é a palavra, deixo que venha depois etc.

Respirar fundo até sentir internamente as mucosas, até doer por entre os olhos, incomodar o raciocínio. Fiquei com Angel na cabeça. Mas era Kevin Nichols. Nada me tira da cabeça que era versão Angel. Eu quero que Hollywood incense este lugar.

Não que me inibisse tanto falatório e a repreensão por não esperar o brinde [mania de beber em lata, chegar em mesa atrasada e de me esquecer à mesa alheia maus hábitos tão tradicionalmente adquiridos, coisa de família fechada e sintomática, culpa do número de nossa casa: 502, muro azul. Feng shui explica]

Impregnado às minhas narinas: como pode? no volume de imagens referências [de Afraninho aos cinco anos as expressões no parquinho ao meu lado, a dentição nociva de Ana e seus afins, de Moreno a branca roupa tal qual o dia em que trançavámos hastes secas nos pulsos (e todo o blá blá monopolista parecido ao de, enfim, aposto em discurso repetido, não saberei) e o maldito perfume que não outro, como havia mencionado, mas sim eu, usava naquela maldita época]

Putaquepariu, como me aborrece esse cheiro de coisa passada.

= náuseas,
conflitos simultâneos entre o corpo que finge atenção e o outro que caminha em cima do telhado alí do outro lado da rua e o outro que caça e tece lembranças visões de qualquer coito que não foi, qualquer samba que não sei.

[dos dias que nascerão, natasha, com gosto de pano molhado]

Dane-se a primeira impressão. Fudeu com meu olfato. Fudeu com a minha noite.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Projeto O Misantropo.

Levando um pouco a sério as seguintes máximas : “ler um livro é também escrevê-lo”; “o livro é de quem lê.”

Do livro O filantropo. de Rodrigo Naves.

*Sobre o texto Luz, página 9. O livro sobre as pernas, uma lanterna na boca. O cartão vazado na extremidade esquerda faz sombra por todo texto, exceto pela luz que vara e ilumina um trecho
Luz

nas de longe: tór
tar o que não te
tarde vinha Bri
tante daquela
para o lado de
falava das coisa

*Não transcreverei o original, apenas se achar necessário. Caso deseje ler é facinho num sebo perto de sua casa ou virtual. Mas não aconselho.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Alô, Eliane?


Ainda arrumando as coisas por aqui. Paciência é uma virtude que eu finjo ter. Blá blá blá, enfim: Jesus não perde a chance de aparecer. E eu também. Desculpe a má vontade, estamos pregados... No meu caso, no sentido literal.

Para que não incomode a postura, ver-me de baixo: arzinho superior disfarçado de solicitude. Talvez já não haja gás: pela metade apenas para compor cena. Movimentos trêmulos do canudo entre dedos, agora à frente mesma altura tento pausadamente porque o copo ainda quente [ há muito esperado que eu viesse pelos motivos que me levam, ou outros] e eu começo não antes de meu nome e o olhar por vezes atravessa o vidro. Apenas televisão além e. Sei o efeito que causo. Atenção castanha. Pior que não me pôe nervoso eu até me vejo, porém não os meus olhos por conta do brilho das lentes e não sei se por reflexo m(eu) nele. A claridade reconhece-se pelo preto lá no fundo, no fundo eu sei que desejo saber tudo o que ele sabe [e além destas coisas, outras] A pupila já não me penetra, já não seria mais possível um túnel entres os ocos fundos, o canudo disforme repousa sem flutuar, paralelismo já não há: agora que passeiam bundas alimentando estampas fluidas [e outros pequenos fluidos que não posso saber]Enfado, riscos em mesa traço confusão [em oposição à certezas exercitadas bem antes de meus nove meses]. Grandes coisas sabe a raposa, o ouriço outra maior. Mas atenho-me ao pequeno, ao desvio. Encontramo-nos. E ainda nem sentiu o gosto azedo do meu seio.